Mulher sofre aborto e diz esperar para tirar bebê morto da barriga há mais de uma semana na rede pública; Secretaria de Saúde nega
18/09/2024
(Foto: Reprodução) Jessila, de 24 anos, está internada há oito dias; segundo familiares, recomendação dos médicos foi esperar que feto fosse expelido naturalmente. Secretaria de Saúde diz que foi feito um procedimento de "aspiração de material uterino". Jessila, de 24 anos, espera pela retirada do feto morto de sua barriga na rede pública após sofrer aborto
Reprodução
Uma mulher que sofreu um aborto diz que espera para tirar o bebê morto da barriga há oito dias na rede pública de saúde do Distrito Federal. Jessila, está internada no Hospital Regional de Ceilândia (HRC).
A Secretária de Saúde nega. De acordo com a secretária Lucilene Florêncio, na noite de terça-feira (17) foi feito um procedimento de "aspiração de material uterino", indicado para o caso.
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Familiares da paciente, de 24 anos, disseram que a recomendação dos médicos foi de esperar que o corpo de Jessila expelisse o bebê de forma natural. Jucilene dos Santos, mãe da jovem, conta que questionou se não seria melhor a filha passar por uma cirurgia, mas foi informada de que uma cesárea não era indicada.
Jucilene diz que este é o terceiro aborto da filha e que, desta vez, o processo para retirada do feto está mais demorado. Nas outras ocasiões, ela passou por cirurgias cesarianas.
"[Ela] começou a sentir dor, cólica, ansiedade, preocupação. Eu sei que ela não está bem, está preocupada, só chorando, com medo de morrer, com um feto dentro de uma mãe", diz Jucilene.
A secretária de Saúde disse que "houve sangramento vaginal na noite passada, o que para os médicos indica 'abortamento resolvido'".
"O que vai ser feito agora à tarde na mãe é apenas uma Ecografia, para confirmar o abortamento e liberar a paciente pra voltar pra casa. Ou seja, não há mais feto a ser retirado", diz a secretária.
'Óbitos fetais'
Mãe de jovem conta que filha espera há 8 dias para tirar feto morto da barriga
A mãe de Jessila conta que a filha está sendo medicada no HRC para tentar expulsar o feto, mas que os médicos não querem fazer a cesárea porque o bebê é muito pequeno.
A médica obstetra Bárbara Freyre explica que 90% dos óbitos fetais têm resolução espontânea em até três semanas depois da morte. No entanto, por ser um momento que causa muito sofrimento à mãe, a preferência é de que o parto seja induzido ou de que seja feita cirurgia para retirada.
"A gente prefere optar pela conduta ativa, induzir o parto para que haja logo o nascimento desse feto morto. Nos casos em que a mãe apresenta instabilidade ou nos casos em que a paciente tem contraindicação de parto vaginal, a gente vai pra cesárea", explica a médica.
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